Sobre

Comecei o meu trabalho de jornalismo com a criação do Jornal Digital ou Portal do município de Hortolândia em 2012. Este jornal, a princípio, era para a divulgação de fotografias que produzia; no entanto, logo no início, percebi que o jornalismo possui perspectivas que vão muito além da imagem fotográfica em si e que além da reprodução e produção de fatos do município, eu podia argumentar de forma crítica e profunda com os temas de interesse do cotidiano da população como saúde, política, meio ambiente, dentre outros. No entanto, por ser um jornal com características locais, o mesmo não comportava devidamente certas informações que se destinavam a um público maior.

Também sempre tive interesse pelo tema da nutrição/alimentação e a prevenção e tratamento de doenças; porém, o tema que envolve saúde e bem-estar vai além da especificidade tratada na nutrição. De forma mais ampla, posso afirmar que todos os conhecimentos estão relacionados com o entendimento da vida e um consequente bem-estar de cada indivíduo. Mesmo em casos antagônicos como os interesses comerciais envolvidos na formação do conhecimento é imprescindível que o indivíduo se aproprie para entender toda a articulação do conhecimento humano.

Desta forma, ao estudar os assuntos envolvidos com os termos saúde, qualidade de vida, dentre outros… Cheguei no termo "Estado do Bem-estar" (Welfare State) consequente da crise de 1929 onde o Estado passa a ser o responsável em garantir padrões mínimos de educação, saúde, habitação, renda e seguridade social a todos os cidadãos, indo contra os interesses liberais que coloca a existência de uma mão invisível que guia o livre mercado numa espécie de equilíbrio entre consumidor e produtor (lei geral da demanda). O termo Bem-Estar também é usado na TV e em ambientes acadêmicos como por exemplo, diretor do "Bem-Estar" Estudantil.

Apesar das "boas intenções" do termo, o verbo "estar" trás consigo uma ideia de estagnação/passividade, enquanto o advérbio "bem" expressa algo absoluto – se você está bem, com um mínimo necessário, não há necessidade de aprimoramentos e melhores condições nas diversas áreas já colocadas.

Assim, quando falo de saúde, me refiro a um processo que envolve múltiplos conhecimentos que se inter-relacionam ao ponto de serem considerados totalmente dependentes e passando por um processo de aprendizagem e mudanças contínuas e progressivas no estilo de vida de cada indivíduo, família, comunidade e nação se articulando com suas próprias diversidades.

Neste contexto, me apropriei do termo "Melhor Viver" em 2016 ao ler sobre agroecologia em um comentário feito por Moreira (2003, p. 60) falando sobre as possibilidades de uma transição agroecológica onde expressa a relatividade e possibilidades infinitas da condição humana em relação ao meio:

A sociedade do 'melhor viver' se contrapõe à do 'bem-estar' social, e ainda que ambas as expressões sejam polissêmicas, um 'estar' parece ter um sentido mais passivo, do que um 'viver' e um 'bem' seria mais absoluto do que um 'melhor', sempre relativo, justamente por desconfiar que se possa saber qual é o 'bem' diante de uma pluralidade de contextos sempre melhoráveis.

Propõem-se, neste jornal online, categorias diferentes para expressar a ideia da complexidade e inter-relações que levam à unicidade dos temas tratados aqui. As principais categorias são: TERRA, CORPO, CONVÍVIO e DESCANSO.

A TERRA se refere à relação do homem (CORPO) com a terra, o que planta para a sua subsistência e o que faz com relação ao meio em que vive. CORPO é um termo que se refere ao homem/mulher como um ser integral sem dicotomias – didaticamente esta categoria abriga assuntos referentes à nutrição, atividade física, dentre outros. A categoria CONVÍVIO abriga temas que convencionalmente conhecemos como sociologia, antropologia, economia, religião… Que estudam as relações humanas. O DESCANSO do CORPO se dá em algum local específico, em uma rede, numa cama, em uma moradia seja ela convencional ou alternativa – arquitetura e engenharia alternativas são as áreas principais deste último tema.

Espero que o leitor encontre no MELHOR VIVER um espaço que atenda aos anseios por uma reconstrução contínua dos saberes.


MOREIRA, Rodrigo Machado. Transição agroecológica: conceitos, bases sociais e a localidade de Botucatu/SP – Brasil. 2003. 139f. Dissertação (Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola) – Faculdade de Engenharia Agrícola (FEAGRI), Universidade de Campinas (UNICAMP), Campinas. PDF

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