Conversando sobre a tradição judaico-cristã, patriarcado e feminismo
Na minha formação familiar, religiosa e teológica sempre entendi o termo “patriarcado” de forma bastante positiva e um exemplo sólido de constituição familiar e social. Referente aos patriarcas bíblicos e às escolas dos profetas, também entendia claramente o papel fundamental das mulheres (mães) no processo de educação dos filhos. No entanto, mais recentemente, tenho me deparado com termos como “tradição judaico-cristã” e o próprio termo “patriarcado” como formas pejorativas de se analisar os conceitos bíblicos que envolvem a relação homem e mulher, mais especificamente, termos encontrados em estudos realizados por movimentos feministas por todo o mundo.
Desta forma, fica a dúvida diante de textos “feministas” que interpretam o contexto bíblico de uma forma peculiar sem considerar um estudo aprofundado da história do povo judeu e sem mesmo considerar aquilo que os próprios judeus têm a dizer.
Durante uma agradável conversa com o teólogo e judeu Sérgio Monteiro*, ele expôs de forma clara o que a história do povo judeu tem a dizer sobre a termos “tradição judaico-cristã”, “patriarcado” e “feminismo”, oferecendo uma oportunidade para quem deseja conhecer um pouco mais deste povo milenar.
* Sérgio Henrique Soares Monteiro – Bacharelado em Teologia, Especialização em Teologia Bíblica e Língua Hebraica e Mestrado em Teologia Bíblica pela Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia (SALT) do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP – Campus III) e atualmente faz doutorado em Língua e Literatura Judaica pela North-West University African. Pertencente à Igreja Adventista do Sétimo Dia e judeu descendente da família Oliveira fazendo parte da tradição judaica Sefaradi (descendentes dos judeus expulsos da Espanha em 1492, e que mantêm sua identidade e seu patrimônio hispânico, preservando seus costumes, rituais religiosos e o fundo linguístico castelhano).