Financeirização e capitalismo são temas de seminário

O conjunto do tema  sobre a financeirização e a dinâmica do capitalismo contemporâneo leva ao pensamento de que os indivíduos são submetidos ao sistema de um mercado devorador onde perdem o controle de seus destinos. Nos anos 30, apesar da crise de 1929, o mercado ainda era submetido à uma regulamentação social tornando possível o aumento do gasto público para a geração de empregos; já no século 21, o gasto público aumentou, mas o desemprego também aumentou. Em todas as crises financeiras (1929 e 2008) o Estado teve que salvar bancos e empresas privadas, o que contraria o pensamento liberal de livre mercado e da mão invisível que auto-regularia a sociedade e o sistema financeiro em uma coevolução positiva.

Maria Lúcia Fattorelli (ex-auditora da Receita Federal e fundadora da ONG Auditoria Cidadã) elaborou um gráfico do Orçamento da União onde quase 43% do dinheiro público é destinado a pagar “juros e amortizações” ao sistema financeiro (veja o gráfico abaixo) (FATTORELLI, 2016). Neste gráfico é possível visualizar claramente este mercado devorador que submete os países aos seus interesses comerciais. No entanto, fica uma dúvida: Além de se usar quase a metade do Orçamento da União para pagar “juros e amortizações”, ainda é necessário que o governo (dinheiro público) salve os bancos? Se o dinheiro público não salvasse os bancos seria uma situação ainda pior?

Gráfico - Orçamento da União 2015
Gráfico – Orçamento da União 2015

Outra dúvida é sobre a Economia Clássica e em qual tipo de desenvolvimento se estabelece. Este desenvolvimento está fundamentado em um sistema financeiro por meio de um sistema produtivo? A troca de papéis é o que torna o sistema fictício e que vem gerando a dívida de diversos países com Equador, Grécia e Brasil? O desenvolvimento produtivo, desde a perspectiva da Economia Clássica, considera as questões de sustentabilidade ambiental e social como reguladores dos sistemas produtivos?

Confira as palestras na íntegra e levante seus questionamentos:

Sessão de Abertura

Prof. Dr. Paulo Sérgio Fracalanza – Diretor do Instituto de Economia, Unicamp

Prof. Giuliano Contento de Oliveira – Diretor do Centro de Estudos de Relações Econômicas Internacionais, CERI, Unicamp

 

Sessão 1: Aspectos teóricos e históricos da financeirização
(Coord.: Prof. Dr. Giuliano Contento de Oliveira)

Prof. Dr. José Carlos Braga


Prof. Dr. Robert Guttmann


Prof. Dr. Frederico Mazzucchelli

 

Sessão 2: Inflação e deflação de ativos na macroeconomia financeirizada
(Coord.: Prof. Dra. Simone de Deos)


Prof. Dr. Jan Kregel


Prof. Dr. Luciano Coutinho

 

Sessão 3: Instabilidade e crises no capitalismo financeirizado
(Coord.: Profa. Dra. Ana Rosa Mendonça)


Prof. Dr. Arturo Huerta


Prof. Dr. Giuliano Contento de Oliveira


Debate

 


Referências Bibliográficas

FATTORELLI, Maria Lúcia. Explicação sobre o gráfico do orçamento elaborado pela auditoria cidadã da dívida. Auditoria Cidadã da Dívida, 28 out. 2016. Disponível em: http://www.auditoriacidada.org.br Acesso em: 13 nov. 2016.

SCARPINETTI, Antonio (imagem em destaque – Prof. Dr. José Carlos Braga). Financeirização é tema de Seminário no IE. Unicamp, 10 nov. 2016. Disponível em: http://www.unicamp.br Acesso em: 13/11/2016.

Leandro Bolina

Jornalista e fundador do Jornal Online MELHOR VIVER.

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